domingo, 19 de agosto de 2012

LAGUNENSE QUE ASSALTAVA NO RIO É MORTA,EM CONFRONTO COM A POLICIA

Conheça a trajetória da assaltante  Lagunense, morta a tiros no Rio



Criada na Vila Elza, em Viamão, Ivone Mendonça foi baleada pela polícia durante roubo a restaurante

 
Conheça a trajetória da assaltante Gaúcha, morta a tiros no Rio Reprodução/Reprodução
Reprodução mostra Ivone em video gravado para o projeto AfroReggae Foto: Reprodução / Reprodução

Na tarde do dia 13, segunda-feira, o telefone de Cleber Fernandes Mendonça, 32 anos, tocou na casa da família dele, na Vila Elza, em Viamão. Na tela do celular apareceu a palavra “restrito”. Mendonça atendeu:
— A sua irmã Ivone morreu — falou uma mulher.
Acreditando que estava sendo vítima de um trote, Mendonça desligou o telefone. Mas ficou apreensivo. Minutos depois, a mulher ligou novamente.
Desta vez, o tom da voz havia mudado. Agora ela falava de maneira firme. Disse que estava cumprindo uma promessa que havia feito para Ivone, de informar o irmão caso alguma coisa lhe acontecesse.
Horas antes da ligação, Ivone Fernandes Mendonça, 34 anos, conhecida como Gaúcha pela polícia fluminense, havia sido morta com outros dois comparsas em uma tentativa de assalto ao restaurante Brasa Gourmet, na Tijuca, um bairro elegante do Rio de Janeiro — cidade para onde viajou em 2006 para assistir a um show dos Rolling Stones e nunca mais retornou.
— No final do relato, eu perguntei o nome para a mulher,ela disse que não interessava e desligou. Então, caiu a ficha — recordou Mendonça.
A família desconhecia a rotina de vida dela no Rio. Depois que viajou para lá, demorou mais de um ano para fazer a primeira ligação para a mãe, Marta Mendonça, que cuida da filha adolescente de Ivone.



Ivone nasceu em 1977, em Laguna (SC), cidade onde a mãe conheceu o pai dela,o pedreiro Jorge Ribeiro Mendonça, falecido, de Santana do Livramento, na fronteira gaúcha com o Uruguai. O casal teve dois filhos, Ivone e Cleber.Em 1982,a família mudou-se para a Vila Elza, na periferia de Viamão, na Região Metropolitana.
— A nossa infância foi dura, de uma família de operários. Mas alegre. Tínhamos sonhos, principalmente ela — comentou Mendonça.
Segundo o irmão, a inteligência era a marca de Ivone, uma pessoa que sempre tinha uma saída genial para resolver problemas.
Primeiro, “crimes leves”
Ivone tornou-se uma líder do seu grupo de amigos, na Vila Elza.Vaidosa, ela começou a afastar-se da família na medida em que se tornava adolescente. Enquanto isto, o irmão virava ajudante de pedreiro do pai. A mãe não fala sobre a filha.
Amante do rock’ n’roll, era admiradora de música. Conhecia o nome das bandas dos cantores. O corpo esguio e o rosto bonito a tornavam uma adolescente disputada entre os amigos da turma. Mas foi um homem de meia idade que mudou o rumo de sua vida e a recrutou para passar cheques roubados no comércio.
No final da adolescência, Ivone tornou-se uma estelionatária. Portando documentos falsos, ela fazia compras no comércio da Região Metropolitana. No jargão policial, o estelionato é considerado um“crime leve” por não envolver arma de fogo e assassinato.
— Na Região Metropolitana, o estelionato é uma das principais portas de estreia no crime dos adolescentes — comentou o delegado Osmar Sena Abud, que dirigiu delegacias na Região Metropolitana.
Em 2006, Ivone era considerada “figurinha marcada” da polícia. Era hora de ela mudar de ramo do crime. Foi quando migrou para o Rio.
Viagem ao Rio de Janeiro
Marcada por um histórico de encontros e desencontros com o Grupo Cultural AfroReggae, a vida de Ivone no Rio começou em 2006 quando viajou para assistir ao show dos Rolling Stones em Copacabana. O motivo para deixar a filha aos cuidados da avó em Viamão não foi colocado em prática. Perdeu de presenciar à apresentação da lendária banda de rock junto a mais de 1 milhão de pessoas. O grupo de abertura era o AfroReggae.
— Primeiro me convidaram para ir a um baile funk. Não gosto de funk, gosto de rock. Fui para não decepcionar os amigos — relatou Ivone em uma entrevista de 2010.
Em festas regadas a bebidas e drogas, Ivone cedeu ao vício de crack, que garantiu estar livre havia mais de dois anos. Quando acabou o dinheiro, teve de bancar os desejos das novas amizades que fez na favela da Rocinha: participar
A chance de recuperação
Foi durante um festival de música realizado entre as presidiárias que a loira de 1m73cm chamou a atenção do coordenador do AfroReggae, José Junior. Ao ganhar liberdade condicional em 2009, procurou Junior e se tornou recepcionista da ONG. Por 10 meses, apresentou comportamento impecável. Por causa do sotaque, foi apelidada de Gaúcha.
De volta ao crime
Envergonhada da situação em que se encontrava, Ivone tentou o suicídio em 2010 e não mais voltou para a prisão e para a ONG. Retornou à maior favela da América Latina e se uniu a uma quadrilha especializada em assaltos a estabelecimentos comerciais no centro e na zona sul do Rio.Ela passou a morar com Gilberto Nascimento da Silva,36 anos,o Play.

O último ato da assaltante
Bem vestida, Ivone entrou, às 10h30min de segunda-feira, no restaurante Brasa Gourmet, na Tijuca. Perguntou se o estabelecimento já estava aberto. Gaúcha voltou com comparsas e, solicitada a apresentar a identificação, sacou duas armas da sua bolsa e anunciou o assalto. Acabou baleada e morta. Dois dos comparsas também foram mortos pela polícia.
http://zerohora.clicrbs.com.br/rs/policia/noticia/2012/08/conheca-a-trajetoria-da-assaltante-gaucha-morta-a-tiros-no-rio-3858005.html

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