segunda-feira, 25 de julho de 2011

PT continua a bater cabeça

O PT continua a bater cabeça. Agora Ideli quer como seu segundo outro nome acusado de ações alopradas… Até contra uma petista!

Algo de estranho, e profundamente errado (mesmo para os padrões da turma), está em curso no PT. Há, assim, uma espécie de invasão do Concílio dos Cardeais pela turma do baixo clero. Dilma está convidando o petismo de segunda linha a ocupar a ribalta. Nem eu acho que o PT é ruim a ponto de ter, por exemplo, uma Ideli Salvatti nas Relações Institucionais, vinda diretamente das complexidades do Ministério da Pesca… Nem tem tal carência de quadros para que a chefe da Casa Civil seja a insípida Gleisi Hoffmann. Não é nem por boniteza nem por sagacidade que o governo federal quer um “AI-5 na Lei de Licitações” para tocar a Copa do Mundo. É que descobriu que lhe falta, digamos assim, operacionalidade. Nessas circunstâncias, é preciso ter um comitê que opere ao arrepio de todo controle democrático para tentar levar adiante a empreitada. Querem dar um golpe na transparência porque, de fato, falta governo.
Pensemos um pouco mais o ministério desta incrível Ideli Salvatti. Derrotada para o governo de Santa Catarina, mas com tantos serviços não muito dignos prestados ao governo Lula — por exemplo, a defesa tonitruante dos senadores José Sarney (PMDB-AP) e Renan Calheiros (PMDB-AL) —, ganhou, como consolação, o Ministério da Piaba. Tudo bem! Não havia nada lá para ela fazer nem foi nomeada com esse fim. Agora se sabe que a ministra que levar como o seu braço direito, para ser o segundo da pasta, ninguém menos do que Carlos Abicalil, que é hoje secretário de Educação Especial do MEC. É mesmo, é?
O que Abicalil e Ideli têm em comum? Os dois tinham recebido prêmios de consolação. Renegados pelo povo, foram “eleitos” pela burocracia do poder. Ela foi encostada na Pesca, e ele, no MEC, depois de ter sofrido uma derrota um tanto humilhante na disputa por uma vaga no Senado pelo Mato Grosso. Elegeram-se Blairo Maggi, do PR, e o novato Pedro Taques, do PDT, que tem tido, nestes primeiros seis meses, diga-se, uma atuação exemplar. Não o vi, até agora, dar um fora. Mesmo pertencendo a um partido da base do governo, tem deixado claro que vota com a sua consciência, e o faz sempre de forma muito clara, sem ambigüidade. No Senado, reagiu com severidade ao refúgio concedido ao terrorista Cesare Battisti, por exemplo. Vale dizer: o povo do Mato Grosso e o Brasil saíram ganhando com a derrota de Abicalil.
Fernando Haddad está com dois pés fora do ministério e dois dentro. A sua saída é dada como muito provável, seja ele ou não pré-candidato à Prefeitura de São Paulo, coisa de que duvido. Não há a menor hipótese, no reino da política, de a candidata não ser Marta. Mas a eleição vindoura pode ser um bom pretexto para o incompetente cair fora. Abicalil era dado como uma das alternativas, uma perspectiva sem dúvida aterradora. Mas, agora, sabe-se que não: boi preto quer boi preto. Uma derrotada nas urnas escolhe outro, e ambos  se dedicariam à articulação política com pessoas que foram eleitas. Não dá! Qual é a máxima? Quem tem votos vira governador, deputado ou senador; os que não têm vão tentar coordenar toda a turma, é isso? O Ministério das Relações Institucionais é agora asilo de políticos rejeitados pelo povo? Ora…


Aloprados no Mato GrossoHá mais coisas aí. Se urge — e urge — que Mercadante deponha no Congresso para que se pronuncie sobre as acusações de Expedito Veloso, Abicalil também deve ser convocado, e explicações têm de ser cobradas do senador Blairo Maggi. Por quê? Veloso também denunciou um esquema sujo de alcance local, no Mato Grosso, e este que Ideli quer como seu segundo aparece no centro da tramóia denunciada. As vítimas foram os então senadores Antero Paes de Barros, do PSDB, e Serys Slhessarenko, do próprio PT. Reproduzo trecho da reportagem da VEJA desta semana:
A partir das inconfidências de Expedito Veloso, descobre-se que a sórdida investida contra os tucanos em São Paulo não foi a primeira e que os alvos nem sempre são necessariamente de partidos adversários. A bruxaria não poupou os próprios petistas. Expedito revelou que, antes da prisão dos aloprados, ocorreu outro episódio, envolvendo os mesmos personagens, usando os mesmos métodos, só que, dessa vez, agindo em Mato Grosso. Os alvos: os então senadores Serys Slhessarenko, do PT, e Antero Paes de Barros, do PSDB. Eles disputavam o governo do estado com Blairo Maggi (PR), que concorria à reeleição, quando surgiu um dossiê envolvendo a petista e o tucano com a máfia dos sanguessugas. Suas candidaturas foram fulminadas pelas denúncias.
Foi mais uma armação dos aloprados, segundo as revelações gravadas de mentor dessa vez foi o ex-deputado petista Carlos Abicalil, atual secretário do Ministério da Educação. O financiador e beneficiário: o governador Blairo Maggi. Até o custo era parecido com sua congênere paulista. Disse Expedito Veloso: “O Abicalil já tinha negociado com Blairo Maggi para f. a Serys e o Antero Barros. Pagaram 2 milhões aos Vedoin para incluir os dois indevidamente na lista dos sanguessugas. (…) Saiu uma reportagem antes da eleição que arrebentou os dois”. Serys confirma que Expedito a procurou no ano passado e fez uma confidência: “Ele disse que meu envolvimento com aqueles bandidos foi tudo uma armação criminosa contra mim, patrocinada pelos colegas do partido”. O ex-senador Antero também soube da fraude. “Liguei para o Serra e avisei que estavam fazendo a mesma patifaria contra ele.”
VolteiA acusação não partiu da oposição. Quem está denunciando Abicalil é um petista. E outra petista, Serys, admite que, de fato, foi advertida da tramóia. Será que Ideli e a turma do PT não conseguem pensar num nome, digamos assim, menos polêmico para o cargo? Além de a articulação política ficar entregue a dois sem-voto, há de pesar ainda suspeita tão grave sobre aquele que a ministra quer como o seu principal auxiliar?
A nomeação de Ideli para o cargo a muitos pareceu, especialmente aos petistas, uma piada de mau gosto. Com Abicalil de fiel escudeiro, ela demonstraria, definitivamente, o seu viés cômico.


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