segunda-feira, 25 de julho de 2011

Recém-nascida sequestrada

Recém-nascida sequestrada em São Gonçalo deixa hospital com os pais

Rio - A pequena Ayana Milla Barbosa de Moraes, sequestrada na sexta-feira de dentro Hospital São José dos Lírios, em São Gonçalo, Região Metropolitana do Rio, teve alta no fim da manhã deste domingo. A recém-nascida passou por uma bateria de exames e foi para casa com os pais, Eliza da Silva Barboza e Joffre Lazarius, ambos de 27 anos.


Eliza reencontrou a pequena Ayanna por volta da 1h de hoje, depois que a menina foi devolvida pela sequestradora Tanit Cardoso Peixoto na Região Serrana do Rio. Joffre foi até Cordeiro e trouxe a filha de volta pra casa.
Foto: Paulo Araujo / Agência O Dia
Ayanna ganha o carinho dos pais após o reencontro | Foto: Paulo Araujo / Agência O Dia
"Ela está nascendo de novo e eu também. Parece que foi tudo um pesadelo, mas tive a certeza de que alguém ia denunciar aquela mulher e minha filha ia aparecer", disse Eliza com Ayanna no colo, cercada por fotógrafos e funcionários do hospital, que também tiravam fotos, em clima de emoção.
 
Aflita para voltar ao quarto e amamentar, após parentes dizerem que a criança veio chorando de fome durante a viagem de Cordeiro ao Rio, Eliza externou sua revolta com a atitude de Tanit, que justificou seu ato, em depoimento prestado na 72ª DP (São Gonçalo), afirmando que perdera um filho adotivo, requisitado há dois meses de volta pela mãe verdadeira.
Foto: Paulo Araujo / Agência O Dia
Após devolver o bebê, sequestradora é levada para a delegacia | Foto: Paulo Araujo / Agência O Dia
"Meu coração de mãe nunca vai perdoar. Não quero saber se ela perdeu um filho. Isso é coisa de monstro, não de ser humano", resumiu. E o pai de Ayanna, Joffre Lazarius, afirmou: "Se ela conhece a dor de perder uma filha, como foi capaz de fazer isso com o filho dos outros?"
 
Antes de ser levada à carceragem da 73ª DP (Neves), onde ficaria detida, chorando muito e demonstrando arrependimento, a suposta enfermeira disse que chegou ao hospital, na tarde de sexta-feira, sem a intenção de pegar o bebê. Alegou que visitaria amigos, pois havia trabalhado como auxiliar de enfermagem no local, fato negado pela direção da instituição.
 
"Fui ao quarto para ver se o bebê estava bem, examinar a respiração, e eles me deixaram levar. Mas aí me apaixonei pela criança e quis levar. Agasalhei o bebê o coloquei na bolsa", contou Tanit. Ela disse que fora incentivada ao crime por um funcionário do hospital, que teria dito a ela que muitos bebês estavam nascendo e havia pais que não ligavam para os filhos. 
Foto: Divulgação
Mulher teria escondido o bebê dentro da bolsa | Foto: Divulgação
Segundo a sequestradora, logo após passar pela guarita do hospital e dar boa noite para o segurança, ela se arrependeu do que havia feito. Mas viajou com Ayanna no colo até Itaboraí, onde comprou alimentos e roupas para o bebê. O fato foi confirmado por um comerciante local, que entrou em contato com o hospital, e já seria de conhecimento dos pais da menina.
 
"Comprei fralda, chupeta e roupa das melhores marcas, tudo do bom e do melhor para ela", afirmou a sequestradora.
 
Tanit vive em Cordeiro e tem dois filhos homens, de 3 e 6 anos, e justificou sua estadia em São Gonçalo no dia do crime pela necessidade de visitar o pai das crianças, que mora no município. 
 
Ela disse em seu depoimento que havia recebido de uma mulher, não identificada, uma menina recém-nascida para criar, que algum tempo depois teria sido retirada de suas mãos pela própria mãe, arrependida. E que ficara abalada após o ocorrido. "Meu sonho era ter uma menina. Senti a mesma dor dos pais da Ayanna devem ter sentido, quando tiraram o bebê de mim", afirmou.
 
Ela alegou que já tinha a intenção de devolver a criança quando viu na televisão que estava sendo procurada pela polícia. "Fui para a casa do meu pai e falei para ele que a criança não era minha e que eu devolveria. Já estava com essa intenção, dando banho e perfumando ela, quando vi na televisão as reportagens, a coloquei no bebê-conforto do meu carro e fui para a delegacia", disse Tanit.


"Estou aqui para pagar por tudo que tiver que pagar. Peço perdão, e nem sei se tem perdão para o que fiz. Minha desculpa é de coração", afirmou Tanit, chorando. A acusada contou que ela própria foi adotada, e perdeu há dois anos a mãe adotiva, vítima de câncer.
 
A advogada de Tanit, Larissa de Mello, disse que vai alegar insanidade temporária e tentar converter o sequestro para cárcere privado, o que daria a chance de sua cliente ser condenada a prestar serviços, evitando a prisão.
 
Segurança na clínica
 
Apesar de agradecer à direção do hospital pelo apoio prestado, Eliza cobrou melhoras na segurança. "A responsabilidade era deles. Espero que melhorem a segurança, o controle de entrada e saída, a toda hora entram e saem pessoas sem se identificar", reclamou.


"A gente não imagina que isso possa acontecer num hospital privado. Pagamos um plano de saúde caro e temos que passar por isso" acrescentou Joffre.
 
O diretor do Hospital, Sergio Moutinho, disse que não houve erro no esquema de segurança, onde não está incluída a revista das bolsas das pessoas e nem o pedido de documentos a todas elas. Mas admitiu que são necessárias mudanças.
 
"Sentimos que os procedimentos normais não são mais suficientes diante da criatividade dessas pessoas, teremos que tomar providências", afirmou Sérgio, contando que Tanit chegou a apresentar na recepção uma carteira do Conselho Regional de Medicina (CRM), que ele julga ser falsa.
 
Segundo o diretor, a alta de Eliza está prevista para este domingo, após exames de rotina e a constatação do bom estado de saúde do bebê, que teria ficado sem comer durante a maior parte do dia, desde às 14h, quando chegou à delegacia em Cordeiro, até a hora em que voltou ao colo da mãe.

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