Em Campos, o bairro que virou mar
Em 10 horas, água tomou a região de Três Vendas. Moradores terão que esperar três meses para saber se será possível voltar para casa
Cecília Ritto, do Rio de Janeiro

O local começou a ser esvaziado ainda pela manhã, quando, às 6h, a elevação do rio superou a altura do dique e destruiu parte da pista da rodovia BR-356 (que liga Belo Horizonte, em Minas, a São João da Barra, no estado do Rio). Abriu-se, então, uma cratera de cerca de 20 metros. Como o alerta era de que a inundação se daria em poucas horas, Exército, Defesa Civil e Corpo de Bombeiros retiraram os 4.000 residentes e os levaram a escolas ou a acampamentos.
Durante a remoção, moradores ainda tentavam estocar o que podiam no segundo andar. De acordo com o secretário de Defesa Civil de Campos, Henrique Oliveira, no fim da tarde o bairro estará coberto pela água.

Moradores usam o segundo andar para salvar os pertences
O governo do Rio enviou, pela manhã, duas aeronaves tripuladas por bombeiros para o bairro de Três Vendas.
Norte e noroeste do Rio - As cidades mais afetadas pelas enchentes, além de Campos, são Laje do Muriaé, Itaperuna, Italva e Cardoso Moreira. O governo estima que esses quatro municípios precisem de 200 milhões de reais para a reconstrução. Só em Laje do Muriaé, cuja população total é de 8.000 habitantes, 2.500 pessoas estão desalojadas e outras 100, desabrigadas.
No balanço divulgado no fim da tarde de quarta-feira, a Defesa Civil estadual informava que, em todo o estado do Rio, há 22.800 desalojados e 1.783 desabrigados.
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